terça-feira, 22 de abril de 2008

A Janela


Atravesso a janela que me divide do mundo vezes sem conta, vou... E volto num ápice da minha imaginação, vejo me lá fora da janela num mundo inexistente, onde tudo é algodão ao toque, cintilante ao olhar, doce ao paladar, e melódico aos meus ouvidos. Quero ver-me nesse mundo vezes, tantas vezes, que te transporto comigo nesse vai-vem do meu pensamento. Lá estamos nós dois fora da janela num mundo de arco-íris. Mas por um ruído do mundo real sou chamada a realidade, e o meu pensamento num chamamento do cérebro, acorda e pelo lado de dentro da minha janela para o mundo vejo que não estas, que apenas me encontro só com os meus pensamentos mórbidos, absurdos de menina que não cresceu e acredita num mundo irreal de fantasia e muito amor.Na janela do meu mundo não há algodão mas existem espinhos, não é cintilante mas de cor cinzenta,não é propriamente doce, mas sinto-o amargo de sabor a fel,a musica que o meu mundo toca não me lembro mais, pois apenas consigo decifrar o zumbido diário que os meus ouvidos despertam até adormecer,chamar-lhe ia o mundo real e não arco-íris. Razão pela qual resumo-me à minha janela... e não te posso sentir a meu lado como antes. Já não quero mais respirar esse ar que existe para além da minha janela. Vejo apenas o reflexo de um dia atrás do outro a imagem de mim reflectida no vidro e sei que neste mundo só existo eu... eu... e eu... ninguém me ouve, ninguém me escuta, ninguém me vê e ninguém precisa fazer o esforço hipócrita de me tentar entender.

By Claudisabel