sábado, 3 de junho de 2017

O QUE RESTA DE UM FILME



Passei a vida a acreditar e a dar muito de mim nas coisas que acreditava...
Hoje passo a vida a tentar agarrar-me a essa força que me movia e que movia as montanhas que se atravessavam no meu caminho... não faz sentido, nem acreditar e menos ainda lutar... este ciclo é passageiro e efémero, mas rotineiro também, nada me surpreende, nada supera expectativas, apenas aumenta ilusões e desfaz crenças...
 Passo dias a reinventar-me para poder adaptar-me a um mundo do qual não ambiciono viver, a limitação que me imponho perante o que os olhos vêm, não me pode deixar manietada durante muito tempo nesta de ilusão de faz conta...
Bocas cheias de argumentos, e um punhado de ofensas, ridicularizações, é quanto basta para me derrubar?????
Quem sabe... talvez sim... ou será que eu ser, não sendo em boca alheia, será o pretexto de quem me quer dobrar no que não sou nem pretendo?
 Quis tudo... quis o mundo, quis a felicidade, quis os sorrisos, o amor, amizade o respeito... Agora que não acredito mais... pergunto-me todos os dias ao acordar o que quero?????
Não quero querer, não quero ter que querer algo... cansei-me de querer tanto o que não se quer apenas por querer... apenas por se sentir, apenas por se acreditar... e que num simples momento alguém apaga com uma borracha implacavelmente sem uma réstia do que se viveu...
Vida esta, que faz parte de uma tela de cinema mudo... aquele que já ninguém se lembra bem se existe ou existiu...
Um dia alguém me disse que existiam caminhos fáceis... talvez devesse seguir, mas caminho fácil é dos que de estatuto ordenam... eu escolho sempre os mais difíceis para caminhar os que matam lentamente... os que não pretendo ordenar nada nem ninguém, apenas obedeço porque o coração assim me dita... pois no coração não se ordena nem eu com toda a minha teimosia... nem as retóricas mais argumentativas e com bases sólidas... Apenas uma coisa ordena o coração... o desejo de não o ouvir mais bater...


By Claudisabel