terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Na palma da tua mão


Na palma das tuas mãos sou...
Cartas escritas...
Sonhos rasgados...
Corro... Mas não sei do que fujo sem sair do mesmo lugar...
Repito os erros...
As lágrimas rolam pelos mesmos caminhos traçados pelo agastar do tempo no meu rosto.
Quero que tudo pare por um pouco... Apenas peço um breve suspiro... um simples pestanejar profundo, um deliciar do pensamento, com um simples nada...
Quero perder, e conquistar... quero sorrir, para não chorar... Quero amar e não me perder... Quero... quero... o que não quero.
A chuva cai sem sentido, e procuro nela a salvação do meu ser, fria, molhada, toca em mim e lava o que ninguém mais pode apagar... o passado. Esse velho tenebroso que corre em mim, e aspira o presente que me resta a teu lado. Tu sim, tu que confundes os meus olhos e com historias de faz de conta embalas-me a mente repetindo uma e outra vez a mesma canção... amo-te... amo-te e amo-te! E tudo isto porque? porque não existo! Sou um espectro, mero espectro do que queres ver e fazer. Não sei eu se quero, viver confundida, nas confusões que te confundem... nos medos que te perseguem... ou até nos que te magoam!

By Claudisabel

sábado, 1 de dezembro de 2007

Atada ao tempo


Deus porque nos concedes o tempo?
Se muitos não sabem que fazer com ele e tantos outros, desesperam por ter mais um pouco, antes de um ultimo rufo de suspiro.
Se ele vai e volta nas voltas que dá aos dias e nas insónias que vigia à noite.
Tempo oh Tempo...
Senhor porque lhe deste tanto poder? Somos a pequenez dos seus passos, a fragilidade dos seus movimentos, e a morte dos seus suspiros.
No seu silêncio e sem que ninguém de por ele avança a uma velocidade vertiginosa, desafia tudo, desafia todos, como um poderoso imortal, que se auto-renova dia após dia. O seu alimento maior, é a alma de cada um que se confronta no seu desígnio de viver. Diz-me meu Deus somos errantes... somos pecadores... mas não o é o Tempo também? Todos os dias quando mata o dia para dar lugar à noite? Quando rouba a magia do cintilar das estrelas para dar lugar ao céu azul celeste.Troca as pessoas os factos os acontecimentos, confundido-me uma e outra vez, como se tivesse prazer em ver-me tropeçar nos meus próprios pés vezes sem fim. Não será esse tempo cruel quando não dá tempo a quem o precisa? Não será injusto quando o concede a gente que o perde sem sentido? Diz-me Deus porque não me quero sentir perdida dentro deste relógio absurdo, em que o tempo, a quem tu tanto poder concedeste, me enclausurou, nas suas jogadas estereotipadas da vida. A sua vigília mortifica o meu eu e apaga-o como uma chama que se apaga com um leve sopro do vento.

By Claudisabel