segunda-feira, 19 de março de 2007

Conta-me ao ouvido



Conta-me ao ouvido, coisas que nunca contaste a ninguém, conta-me ainda aquilo que nunca ouvi, conta-me o que nunca pudeste dizer, conta-me o que gostarias de ter dito vezes sem conta a alguém que já não esta presente, conta-me os teus defeitos, conta-me mais de quando eras pequeno, conta-me aquela estoria engraçada de quando o barbeiro te cortou o cabelo, conta-me as vezes que já choraste escondido, e outras tantas que riste sem controlo de ti próprio, conta-me baixinho ao ouvido por quem sofres, de quem amas, por quem corres, por quem desarmas. Conta-me tudo ao ouvido em tom suave de melodia, conta-me como se amanhã já cá não pudesse estar para ser tua confidente. Conta-me os minutos, seguidos de todos os segundos, do inicio das horas, meses e anos da tua existência, conta-me a sussurrar quem odeias, de quem te afastas, quem te inflama, quem te agasta, e depois quando cansado estiveres de tanto ao ouvido me contares sobre o teu ser acordado, conta-me os sonhos que te embalam, os que te tiram o sono, ou até dos que te dão prazer... e quando já nada para os meus ouvidos tiveres por dizer da-me também o teu silencio pois como uma árvore que morre de pé, estarei sempre, fiel aqui por ti e para ti, para te ouvir...

By Claudisabel

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