sábado, 17 de março de 2007

O meu mim




Um dia é-se criança no outro adolescente, no outro adulto no outro velho, e no final de uma semana já se morreu sem darmos por isso... Quero por isso de volta a criança que outrora existiu em mim.
Estou cansada de viver num mundo de adultos cruéis, impiedosos,repletos de falsas morais, prefiro a inocência do que fui outrora...
Será possível estar-se cansado de viver?
Será que este cansaço nunca mais para nem a minha mente se clarifica?
Quero ser eu de novo quero ser a menina de quem me perdi um dia, pois levo anos a fio procurando, numa procura sem alento, por alguém que nem sei mais, se esta viva ou morta, alimento ainda, apesar da falta de pistas, a esperança de um dia, algum sinal de mim dê noticias e me reencontre de novo. Agastada e sem vontade, nem mais forças para prosseguir o caminho, percorro a encruzilhada perdida, deambulando como um corpo sem alma...
Procuro não demonstrar que estou perdida no espaço e no tempo da vida, fora da minha própria cronologia, velha enquanto nova e nova enquanto velha, como um vinil tocado de trás para a frente, quero recuperar tempo, e ao mesmo tempo abranda-lo, mas não existe forma de viver o tempo vivido de forma desaproveitada, nem como recupera-lo, já está perdido.
Estarei eu perdida? Sim creio que estou... perdida num labirinto onde depois de entrar não existe saída possível, num quebra-cabeças sem resolução. E o que me rodeia? Serão as pessoas que me rodeiam aquelas que me sufocam em desilusões continuas, aquelas a quem confesso as minhas fraquezas e medos, aquelas que me traem a confiança vezes sem fim, sim essas mesmo a quem sempre, disposta estou a perdoar para que de novo me derrubem, vezes e vezes sem fim, nem limites.
Que procuro eu afinal?
Procuro o que não há, por isso mesmo nada procuro senão a quem perdi a muito tempo atrás, a menina que havia em mim, a menina que sonhava, que ria, que brincava, que amava viver, diz-me onde estás e irei ao limites de todos os limites por te encontrar.

Um comentário:

Tu é que brilhas! disse...

Nada como a doce alegria de se ser criança. Sem preocupações mas com sonhos infindáveis para o futuro. Á medida que vamos crescendo e as responsabilidades surgem tal como a lei da vida aumenta a fasquia na dificuldade. Talvez a solução passe pelo facto de nunca perdermos o espirito de criança mesmo não o sendo. Mentalizemo-nos disse e a vida torna-se ainda melhor.


Beijo adoro-te***