domingo, 4 de março de 2007

Desejos de Morte





Loucura ou realidade? A questão não reside aí mas sim, no que rodeia a vontade de viver, a ambiguidade do ser de vontade própria torna-se num desejo, numa realidade fria e sem retorno, não existem significados ou objectivos que liguem o "ser" à vida. Muitos chamam-lhe cobardia... até posso respeitar essa opinião, mas discordo em pleno, onde está a cobardia de disparar uma pistola apontada ao cérebro??
Mas uma coisa garanto, é que, depois de sentimentos e pensamentos destes assolarem o nosso "ser" jamais seremos largados ao abandono por eles. Fazem parte integrante de nós, repletos de cargas negativas, alimentam-se na nossa alma, e deliciam-se com pratos repletos de mágoa, angustia, frustraçôes, medos, pressões, depressões, entre outras coisas boas, desta sociedade moderna, gosta ainda, da obscuridade como ambiente, o caos como organização, e a apatia como lema, enfim tornando-se a pouco e pouco um vírus de vontade própria em que a única meta é o próprio desígnio a que se propõe. Tenta-se fugir, os amigos rodeiam-nos e preenchem-nos, mas não eternamente. Até que um dia, fechamos os olhos e deixamos que o desejo de morte se apodere em pleno de nós. Significa que é um doce veneno, uma droga que te consome, sem deixar rasto ou indícios de presença. É um mergulhar num poço sem fundo e não voltar a cima para respirar. o desejo de morte é por fim um antecipar do desígnio principal da vida ... morrer um dia. Este é o lado negro da vida onde podemos contemplar o mercado da morte e escolher classicamente a morte que melhor convém.

2 comentários:

Anônimo disse...

A morte física é a maior certeza que cada ser vivo tem, um dia o anjo da morte irá bater-nos à porta, felizes dos que acreditam numa ponte para a outra margem, mito ou não são mais ricos que os que apenas acreditam no lado material, visivel...

Na realidade nunca chegamos de facto a deixar de existir, quando partimos alguem sentiu a nossa falta, alguem chorou por nós e por cada vez que alguem se lembra de nós voltamos a viver, porque recordar é viver, nem que seja nos corações de quem sempre nos quiz bem.

A vida é um privilégio que a mãe natureza nos oferece feita de pequenas coisas, pequenas alegrias pequenas batalhas, são as pequenas conquistas que nos fazem sentir bem connosco, que nos dão sentido à vida.

Gerações futuras irão carregar o nosso nome de família, como se fosse uma bandeira, um estandarte, são uma parte de nós, continuarão a travar pequenas batalhas tal como nós um dia as travámos, a proporcionar alegrias aos que os rodeiam, os traços dos seus rostos, o sorriso e as gargalhadas, são parecidos com as nossas, mas a alegria de viver será provavelmente a mesma.


O homem fraco teme a morte, o desgraçado chama-a; o valente procura-a. Só o sensato a espera.
(Benjamin Franklin)

Anônimo disse...

Por vezes, a vida prega-nos rasteiras...as coisas não correm como queremos, tudo se torna obscuro em nosso redor..o pensamento só nos leva para a escuridão e, para o desejo de deixar amargamente este mundo cruel que nos magoa...realmente, nunca seremos largados ao abandono por essa angústia, só temos, simplesmente de lutar contra ela e começar a encarar o mundo com uma nova visão e, perceber que tudo não passou de um pesadelo amargo que teve um fim...!!!
As pessoas só têem de encarar a vida de outra forma e perceber que a única solução não é a morte e sim tornarem-se pessoas fortes encarando os problemas graves da vida...
Aqui deixo um beijinho meu..*
(Ana Rita - conterrânea) =p